Eles têm horários rígidos para voltar para casa, especialmente se forem meninas, mas o que comem lá ora já não tem tanta importância. Todos sabem que os adolescentes estão em fase de crescimento e têm um apetite enorme, e que não vão ficar pensando em calorias. O que os pais não sabem – ou não dão importância – é que ao comer qualquer coisa seus filhos poderão estar adquirindo hábitos alimentares que vão prejudicá-los para o resto da vida. É muito comum os adolescente contarem suas moedas e festejarem quando elas são suficientes para um “dogão” (um “dog” ou cachorro quente) e um refrigerante. Um “dogão” é o exemplo mais apropriado para se ilustrar a alimentação que satisfaz e ao mesmo tempo é perigosa e enganadora.
A obesidade na adolescência é vista atualmente no seu conjunto como um dos maiores problemas de saúde pública. O fato que se coloca é que grande parte da população adulta obesa começa a ter problemas na sua infância ou adolescência. O estilo de vida atual, a correria, o estresse, a alimentação excessivamente rica em gorduras e pobre em fibras, a televisão e os videogames em casa, são alguns dos fatores que estão transformando a obesidade infantil numa verdadeira epidemia.
Um dos fatores que a criança sofre de forma involuntária, e que tem grandes importância, é a presença da obesidade nos pais. Estudos clássicos em famílias de obesos revelam que, quando ambos os pais forem obesos, dois terços dos filhos serão obesos. Se somente um dos pais estiver acima do peso, o risco de obesidade nas suas crianças cai para 50%. Se ambos os pais forem pessoas magras, as suas crianças terão um risco de menos de 10% para obesidade.
Obesidade cresce entre os adolescentes. Trabalhos realizados com escolares de São Paulo mostram que mais de 30% deles apresentavam sobrepeso ou obesidade.
Os números são muito divergentes porque não há uma uniformidade nos métodos de pesquisa, mas o fato é que o aumento de peso vem sendo notado em todas as capitais, exatamente como acontece nos centros urbanos dos países desenvolvidos e em desenvolvimento.
O grande vilão não está apenas nas dietas desordenadas, com excesso de calorias, mas especialmente na combinação entre esses hábitos alimentares e a falta de atividades físicas. Cada vez mais há especialistas e pesquisas mostrando que a prática de alguma atividade é fundamental, tanto para a manutenção de um peso adequado, quanto para a saúde de um modo geral.
Entre os problemas detectados na alimentação dos adolescentes, os mais importantes são os seguintes:-O fato de saltarem uma ou outra refeição, principalmente o café da manhã – A alta ingestão de refrigerantes (em média, o adolescente bebe um litro por dia)- lanhes com alta densidade calórica (normalmente salgadinhos fritos, chips, bolachas recheadas, chocolate e alto consumo de balas)- O baixo consumo de frutas e hortaliças – A substituição das principais refeições por lanches – A compulsão alimentar, que se caracteriza pela vontade de come sem controle.
É evidente que não apenas a alimentação tem sido destacada como a grande vilã da obesidade, mas também a iniciativa física. Nossas crianças estão cada vez mais secundárias, ficando grande parte do tempo em frente à TV ou computador, e o que é pior, consumindo alimentos calóricos. A adolescência é um período crítico para iniciar ou agravar a obesidade preexistente, devido ao aumento fisiológico do tecido adiposo que ocorre principalmente no sexo feminino, o maior consumo de “fast food” com alto teor calórico e também por instabilidade emocionais freqüentes neste período. A imagem corporal é o cartão de visita do indivíduo, principalmente na adolescência, quando a aparência física determina a aceitação no grupo ou não. Isto ocorre principalmente nesta fase em que a necessidade de ser bem visto e aceito é vital para o desenvolvimento da personalidade.
Não há fórmula ideal para reduzir esse risco, mas diminuir o consumo de calorias e praticar exercícios é a combinação indicada por todos os especialistas. Se você e seus adolescentes adotarem essas práticas com prazer, será melhor ainda.
Procure seu médico ou um nutricionista para uma avaliação.
A prevenção sempre é benéfica para uma melhor qualidade de vida!!